O universo da moda é encarado por muitos como algo supérfluo,e a mídia ajuda a passar a idéia da hipervalorização do fútil e do transitório.Se seguirmos por essa via de raciocínio, falar a respeito de moda fica apenas no âmbito das apresentações finais dos designers, estilistas, modelos que cumina nas passarelas com seus grandes desfiles.Acredito que há uma outra maneira possível, que trata a moda como espelho da sociedade que a produz, uma abordagem sociológica e antropológica do fenômeno.
Como estudante de moda creio que as roupas tenham espíritos.Entendo moda como arte,tanto quanto a arquitetura ou a pintura(acho até que a moda guarda uma equivalência muito grande com estas).
A utilidade da moda está exatamente em compor o padrão estético de uma época,podemos mesmo agrupá-la a classificação de estilos que usamos para estudar a história da arte.
Vejamos bem,apenas os que não necessitam trabalhar podem usar roupas pesadas e incômodas, a roupa reflete a condição social de quem a veste. Neste sentido, a moda espelha a luta de classes, que movimenta a história da sociedade.Se pensarmos o Brasil da época do Império e na diferença que existe entre os trajes dos escravos que trabalham na lavoura e os escravos que residem na casa grande, veremos que a moda pode se dar ao luxo de operar diferenciações sutis: dentro da mesma categoria genérica escravos, ela pode matizar a melhor ou a pior condição social do sub-grupo que a está usando.
A diferença entre os trajes da senhora de classe média, a grande burguesa e a aristocrata não residirá tanto na forma adotada, mas na qualidade do tecido, nos detalhes do acabamento que foram usados...
Carla Lima
(design de moda)
Como estudante de moda creio que as roupas tenham espíritos.Entendo moda como arte,tanto quanto a arquitetura ou a pintura(acho até que a moda guarda uma equivalência muito grande com estas).
A utilidade da moda está exatamente em compor o padrão estético de uma época,podemos mesmo agrupá-la a classificação de estilos que usamos para estudar a história da arte.
Vejamos bem,apenas os que não necessitam trabalhar podem usar roupas pesadas e incômodas, a roupa reflete a condição social de quem a veste. Neste sentido, a moda espelha a luta de classes, que movimenta a história da sociedade.Se pensarmos o Brasil da época do Império e na diferença que existe entre os trajes dos escravos que trabalham na lavoura e os escravos que residem na casa grande, veremos que a moda pode se dar ao luxo de operar diferenciações sutis: dentro da mesma categoria genérica escravos, ela pode matizar a melhor ou a pior condição social do sub-grupo que a está usando.
A diferença entre os trajes da senhora de classe média, a grande burguesa e a aristocrata não residirá tanto na forma adotada, mas na qualidade do tecido, nos detalhes do acabamento que foram usados...
Carla Lima
(design de moda)
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