Inúmeros meios de comunicação: jornais, televisão, outdoors, novelas, teatro, ruas, festas, praia, campo,exposições, em tudo há moda! Como estudante da área reafirmo que esta é de grande complexidade, porque ela caminha grandes percursos até chegar em nós, começando por fatores internos e contextos externos nos quais possuímos e estamos inseridos,pois como fenômeno sócio–psico-cultural que expressa hábitos ,usos, costumes da sociedade, num determinado momento, os fios devem ser perfeitamente enlaçados sendo necessário ser escolhida a tinta, o tom da “moda”, o que vai se “usar”, o que todos vão “desejar”, qual a estampa certa, o que representa nosso país, o que queremos passar. Fico imaginando que moda não é futilidade, como muitos fazem questão de expor, afinal cada um escolhe o quer para si, na sombra da moda, o fenómeno da reprodução social mostra comportamentos individuais e coletivos do indivíduo. De fato, a moda não suprime a identidade, mas aponta-a com o dedo. Eu estudo, estudei e vou estudar o resto da vida sobre o assunto e certamente morrerei sem ter aprendido todo seu conteúdo, apesar de todos afirmarem que não há mais o que fazer, que tudo que tinha que ser inventado já foi, que não existe criação, mas que todas as coisas são cópias, mesmo assim vou morrer sem saber tudo que existe sobre essa área, irá faltar um livro para ler, um novo método em modelagem para aprender...novos materiais de desenho para aplicar,enfim...tudo aquilo que fascina e enlouquece o profissional da área,desde a excentricidade de viver entre o estressante trabalho da força criativa e o aplauso do resultado à satisfação de apenas criar,seja qual for seu segmento.Me questiono o quão fúteis são essas pessoas que ignoram todo o trabalho de pesquisa e desenvolvimento que temos para chegar à um produto final.
Veja ...há alguma futilidade em moda? Ninguém sai de casa nu , a não ser que esteja com algum problema, ai a moda entra como expressão e dá as mãos para a vontade de gritar pro mundo que tem algo acontecendo!Por tudo que li ,pesquisei até aqui sobre a área,conclui que o “vestir” é uma tomada de consciência e que a decoração, o pudor e a proteção assumem-se como as motivações da moda. Mas quais são os verdadeiros valores da moda? Qual a legitimidade do seu poder?
Analisemos! As necessidades da classe média tornaram-se a ilusão das necessidades das classes inferiores. O fenômeno da moda constrói-se sobre a novidade, o consumo e a ritualidade. No território do efêmero uma moda substitui a outra, no domínio do social, eleva-se uma moda, no campo pessoa, o homem submete-se à moda. É um fenômeno de massas que apresenta - se como um romance. Quem? O quê?Onde?Quando? Talvez seja um sonho de identidade, talvez uma busca de liberdade de expressão. Mas que liberdade? Alternativa ou condicionada? Será que a tirania da moda se confunde com o ser? Será que esse ser não é uma paixão pelo tempo?
Com base em minhas observações de pequena aprendiz conclui que a moda vive a si própria como um direito natural do presente sobre o passado…e que ela é infiel a si mesma.
Exponho estas idéias pretendendo lançar uma reflexão sobre o que nós profissionais da área e os “outros” lá fora pensam sobre nosso objeto de pesquisa,campo de atuação na sua essência sócio-cultural.
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