14 de set. de 2010

O Tecido na Idade Antiga


Desde a pré-história, os tecidos foram fundamentais para a história do homem. No Egito, os faraós eram embalsamados com o linho, símbolo de poder e riqueza. Na Mesopotâmia, a lã ganhou importância, com a domesticação de carneiros e ovelhas. Saiba um pouco mais sobre cada um desses períodos a seguir.Da família das lináceas, o linho é um dos tecidos considerados mais nobres na história da moda, por sua tradição.O tecido vestia faraós e rainhas egípcias e, quando plissado, ficava ainda mais gracioso e belo devido à transparência de sua textura fina. O fio nobre se espalhou pela Europa graças aos fenícios, comerciantes e navegadores ilustres que o levaram para a Irlanda, a Inglaterra e a Bretanha. No entanto, foram os romanos que iniciaram o cultivo no norte europeu.


Novamente citando Gilda Chataignier, "o linho já prenunciava pinceladas de moda na Antiguidade (ainda que o conceito só tenha se definido no fim da Idade Média)", pois o linho branco era usado para realçar as suntuosas joias dos faraós, reis e rainhas. Nascido em planícies áridas, o linho conquistou o status de fibra nobre, por seu toque macio e delicado.

A Mesopotâmia (atual Iraque) foi pioneira na domesticação de carneiros e ovelhas, essenciais para a trama das lãs. Antes da Mesopotâmia, porém, os povos nômades já usavam a lã, mas de uma outra maneira: na Idade da Pedra, os homens se alimentavam da carne de carneiro selvagem e depois usavam sua pele como agasalho.

Escavações arqueológicas na Mesopotâmia, no Oriente Médio, revelaram fragmentos dos primórdios da lã. Na Idade Antiga, as lãs da Mesopotâmia se tornaram famosas, passando a circular por centros importantes do Oriente, até que se tornaram a principal fibra da Europa boreal. A trama era usada como ornamento nas roupas de diversas culturas do Oriente Médio e, na Idade Média, conquistaram as cortes europeias.

Atualmente, a lã fina, do carneiro merino, originário da Espanha, se destina especialmente para alta-costura e prêt-à-porter de luxo. Enquanto isso, a lã de raça cruzada se volta para peças mais acessíveis do prêt-à-porter.

Do Oriente ao Ocidente, o algodão teve forte influência sobre várias culturas. Já a seda, nascida na China, ganhou fama e se tornou cobiçada no Ocidente. O trajeto entre China e Roma se tornou a Rota da Seda, com 7 mil km de extensão, atravessando territórios da Rússia, Índia, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Irã, Síria, Turquia e Armênia.

A Índia e a Etiópia lideraram as primeiras peças tecidas de algodão. Antes conhecido como “lã de madeira”, “lã de árvore” e “ouro branco”, o algodão se tornou a fibra mais usada do mundo. O algodão cultivado no Egito se tornou mundialmente famoso, por ser incrivelmente forte e macio. Às margens do Rio Nilo, o clima e o solo são ideais para essa cultura. Assim, o Egito conquistou um capítulo à parte na história dos tecidos.Atualmente, há quatro tipos de algodão para fins têxteis: upland (América Central e Caribe), egípcio (Egito), sea-island (ilhas no sudeste norte-americano e ilhas nas Índias Ocidentais, como Barbados) e asiático (Ásia meridional).

De acordo com Dinah Bueno Pezzolo, Heródoto dizia no ano 445 a.C. sobre o que vira na Índia: “Ali encontramos grandes árvores em estado selvagem cuja fruta é uma lã melhor e mais bonita que a de carneiro. Os indianos utilizam essa lã de árvore para se vestir”. O algodão egípcio é considerado o melhor e mais fino do mundo. No século VIII, o linho se tornou o principal tecido europeu. No século XIII, despontavam as “batistas”, tecidos finos de linho em vestidos, camisas e roupas íntimas.

Posteriormente, o Império Bizantino (395 a 1453) passou a produzir uma das sedas mais cobiçadas. Os romanos eram adoradores de seda, importando-a do Extremo Oriente. De acordo com Gilda Chataignier, o trajeto entre China e Roma se tornou a Rota da Seda.. A Rota da Seda é considerada a mais importante ligação comercial e cultural entre Oriente e Ocidente por centenas de anos, e pode ser considerada uma precursora da idéia de comércio mundial.Na época do Renascimento (1300 a 1650), a descoberta do caminho marítimo para as Índias ampliaria os horizontes e o Ocidente se apaixonaria pelo brilho dos tecidos bordados a ouro, das sedas finas e outras belezas orientais.Para Dinah Pezzolo, a seda tanto pode se mostrar macia e sedosa, quando cetim, como áspera e armada, quando shantung. “É o tecido dos nobres, como nobre foi o seu surgimento e como rainha dos tecidos se mantém”, diz Dinah.

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